Porque fazer Psicoterapia? Ainda uma questão em 2019

Apesar dos meios de comunicação informarem e indicarem o tratamento psicoterápico às pessoas de um modo amplo e generalizado, ainda é bem comum muitos adiarem ou julgarem desnecessário a ajuda de um profissional num campo tão íntimo e subjetivo de suas vidas. Em geral as pessoas mais próximas são as primeiras a tentar ajudar com conselhos ou palavras de incentivo, porém as pessoas mais importantes, os familiares, amigos, o namorado ou namorada,  não conseguem compreender o que está de fato acontecendo, o porquê e o que podem fazer para ajudar.

O processo psicoterapêutico é um precioso recurso para se aprender a lidar com as dificuldades da existência em suas diferentes formas e onde o sofrimento humano pode assumir enorme poder destrutivo na vida de uma pessoa, como por exemplo, nas crises existenciais, estados de sofrimento, conflitos interpessoais, transtornos ansiosos e depressivos, problemas de relacionamento, entre tantos estados psíquicos em não se conseguem controlar os efeitos e as consequências.
A psicoterapia oferece um espaço favorável ao crescimento e amadurecimento, é um lugar/tempo de encontro consigo mesmo, onde o indivíduo pode se REconhecer e encontrar recursos para romper com padrões nocivos e construir uma identidade autêntica.

Em uma sessão de terapia, a história de vida do analisado tem uma importância essencial pois estrutura a compreensão ampla e abrangente  dos níveis de consciência e permite um estudo da evolução temporal e os aspectos que estão ligados ao contexto da crise principal. Os sentimentos se revelam com muita clareza, as emoções são decifradas e os diálogos terapêuticos vão atuando desconstruindo antigos paradigmas adoecedores e reconstruindo um conjunto de percepções e tomadas de decisões que dão novo sentido a vida da pessoa.

Quem se dispõe a conhecer-se profundamente a partir da psicoterapia, passa a compreender melhor seus padrões internos e seus relacionamentos interpessoais. Assim, sobre um novo ângulo, pode reconhecer infinitas possibilidades de se posicionar no mundo e conviver com o próximo.

Dentre estas infinitas possibilidades vivenciadas num processo psicoterápico, gosto de destacar o desenvolvimento da capacidade de auto gerenciar-se, de manter diálogos internos significantes para uma transformação positiva, aquisição de autonomia, regulação dos estados emocionais, desenvolvimento de habilidades interpessoais como comunicação, empatia, capacidade auto crítica, disposição de  enfrentar as adversidades da vida, resiliência e como resultado, o favorecimento da saúde física e psicológica.

Terapia é a possibilidade de dirigir um olhar diferente para a própria existência, e assim, reformular significados. É a oportunidade de poder olhar cuidadosamente para o que foi vivido e para o que é vivido agora, tendo a chance de perceber o poder transformador que todos possuem quando simplesmente se volta o olhar para si mesmo.
A principal função da terapia é auxiliar na mudança de um comportamento, sentimento ou pensamento que esteja impedindo a pessoa de viver sua liberdade e sentir-se plena na sua natureza original. Os problemas nem sempre estão óbvios, muito menos os caminhos de resolução. Assim,  é fundamental a ajuda e percepção de um especialista para conseguir atingir um resultado positivo.

Muitas vezes é difícil estabelecer qual o momento que se deve procurar a terapia, pois tende-se a sentir um sensação de fracasso, que não se consegue dar conta de si mesmo. Isso só atrapalha, pois é um pensamento preconceituoso e vem de uma educação opressora que impõe que não se recorra a ninguém para tratar de problemas íntimos.

Períodos de stress, luto, incertezas, tristezas e conflitos fazem parte da vida de todos. Justamente por isso que é um pouco difícil perceber quando a situação sai do comum e exige a ajuda de um profissional.  Se a frequência e intensidade que você se sente nervoso ou triste chega a atrapalhar o seu dia a dia, é sinal de que a intensidade das suas emoções está passando do normal. Preocupações desproporcionais e criação de cenários pessimistas fazem parte desse sintoma.

 

Um acidente, o fim de um relacionamento, a perda de um ente querido ou outra mudança repentina na vida. Quando a dor causada pelo trauma não vai embora sozinha e a tristeza começa a interferir na rotina e no seu comportamento, é bom procurar um psicólogo para compreender porque você ainda se sente tão afetado por esse trauma e trabalhar uma forma de superação.

Quando a resistência imunológica dá sinais de fragilidade e sintomas como dores de cabeça, alergias, problemas de estômago, dores no corpo, cansaço extremo, taquicardias e gripes ocorrem com freqüência, isso pode estar sendo uma resposta do corpo a um problema psicológico. É bem comum isso acontecer, pois o corpo reage aos estados emocionais.

Na tentativa de anestesiar ou mascarar os maus sentimentos, muitas pessoas começam a procurar conforto nas drogas, bebidas, alimentação, internet, vícios os mais diversos. Se você percebe que está consumido por algo desse tipo, certamente não está bem e o vício é uma zona de conforto ilusória que vai te isolando e alienando, uma vez que você está impedido de enfrentar os verdadeiros conflitos. A mudança no apetite também pode ser inversa e a pessoa perder quase por completo o apetite. Essas são situações para buscar auxílio terapêutico urgentemente.

Quando os passatempos que você sempre teve e te faziam feliz  já não te chamam mais a atenção e você não sente mais vontade de sair com amigos, praticar um esporte ou frequentar um curso que antes gostava, esta é uma sensação de desilusão, de que a vida começa a não fazer sentido e isso deve ser motivo suficiente para você procurar ajuda profissional.

Fazer terapia significa mergulhar e sentir os estados emocionais, vivenciá-los, habitá-los, conhecê-los, aceitá-los, ouvi-los. Significa também perceber interiormente aquilo que muitas vezes se condena, mas habita no psiquismo e no esforço de se negar, se adoece.  Isso impede a harmonia e a fluidez emocional, provocando bloqueios, estados de ansiedade, estados depressivos, revoltas, agressividade, manifestações somáticas e outros distúrbios.

Procure não adiar muito a ida ao psicólogo. Encarar esse espaço subjetivo das emoções e traumas pode ser muito assustador para quem nunca esteve em terapia, mas com certeza é a forma mais segura de buscar transformação e resignificação em sua vida.

Abraços,

Marcia Medeiros

Ainda tem dúvidas sobre o assunto? Escreve para mim pelo:  dramarciamd@hotmail.com

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